segunda-feira, 22 de outubro de 2007

É um café...

Sentado nesta mesa de café, tento colocar desesperadamente colocar a minha consciência no meu corpo, consciência essa que se soltou ali mesmo.
A musica de fundo, de uma banda qualquer, não conseguiu interpelar os meus pensamentos. Com esta caneta roida, que o empregado de mesa de emprestou, começei loucamente a rabiscar. Tudo ali parecia perfeitamente normal, apenas eu, é que não, pois não é normal sentar-me numa mesa de café, pedir uma folha de papel e uma caneta, de preferencia não roida, e começar a despejas letras.
Apercebi-me de conversas, de que, como peças de um puzzle, poderiam por breves instantes fazer paineis de vidas de gente que como eu, se sentam e escrevem. Estava quieto a observar um passaro que ali estava também, depenicando o chão…e saltitando lá ia brincando, feliz na sua incosciênte existência, foi ai nesse breve instante que lentamente minha coinsciência foi fugindo de mim, fazendo-me maravilhar com aquele passaro que tanto tinha em comum com tudos os outros que já tinha vista até entao. Mas o olhar que lancava a este, era diferente…
Passaro que voa, brinca, canta e faz sem ter consciência do que esta a fazer,e ai vai vivendo sem pensares, sem preconceitos, apenas com o instinto que a natureza lhe deu… que inveja, a natureza não me ter dado tambem esse prazer, o prazer de agir sem medo das represalias, e fazer as coisas inconsciêntemente e ter consciência disso, sem ter medo da minha proprio consciência…
Um viver apenas por viver, sem escolhas, preconceitos, religiões, saberes e falsos moralismos…
Naqueles segundos da minha observação plena daquele ser tão pequeno, senti-me como ele, até que os meus pensamentos foram interrompidos por uma voz fina, ao dizer:
“O que vai desejar?...”
Foi ai que acordei para a realidade e apercebi-me da figura que estava a fazer, ao rir sozinho naquela mesa de café, olhando para um simples passaro.
Num tom ironico para mim mesmo dize em voz suave e baixo, transportando-me para a realidade da minha existencia:
“é um café…”

Como tudo começou...

Foi naquela noite que me fizeste tremer, numa dança gestual, num olhar embreagado, falsamente embreagado. O dia tinha terminado e ali nos encontravamos, e num pensar que tudo isto era pensado, eu sabia que estavas ali para me amar, mas tinha medo. Então não avançei, não fiz nem dize o que queria dizer. E a noite ia passando, e com ela as nossas vontades foram ficando soltas. Apercebi-me então alhando para ti, que me ia apaixonar profundamente, e então a noite tornou-se magica.
Beijas-te, tocas-me… e fizeste-me feliz.
Deixaste-me em casa, com um olhar de medo. Subi as escadas, abri a porta da minha casa e entrei…chorei, há muito que esperava por tudo aquilo, tremi e por fim sorri. Queria enviar te uma mensagem, não me lembro se o cheguei a fazer, mas recordo-mo que adormeci a pensar em ti, e no que viria pela frente.
Era mais um dia na minha vida, mas este foi um amanhecer diferente para mim, foi um amanhecer de esperança, depositei em ti tudo o que queria para mim, acreditando que contigo tudo seria diferente, e foi.
Não sabia o que pensar, o que fazer, nem tão pouco como agir contigo. Vou para o trabalho, com um sorriso enorme nos labios, como uma criança quando recebe um rebuçado. Ali estava eu de frente daquele monitor, no meu posto de trabalho, quando na realidade queria estar diante de ti, apenas para puder ver o teu olhar, para puder se brilhava como o meu, e saber o que estavas a sentir. E ali quieto esperei, a minha perna inquieta mostrava sinais de nervosismo puro, a caneta fazia contornos numa folha de papel algures na minha mesa. Levantei-me e fui fumar, agarrava fortemente o telefone na expectativa de que ele me desse noticias tuas, mas ele teimava no silencio. E ali, queria ligar-te, queria simplesmente ouvir tua voz, bastava apenas ouvir o teu respirar. A hora ia passando, fumei outro cigarro para dar tempo para me dizeres alguma coisa. Mas nada…
Estava com medo que todos os meus pensamentos em relação a ti estivesem errados, tudo aquilo pelo que esperava, puderia ter sido efemero, e ter acabado mesmo ali na noite anterior… não sabia, estava confuso, ansioso por saber se estavas como eu, ou se tinhas esquecido o que se tinha passado. No fundo eu sabia que era impossvel, pois o toque do teu corpo, os teus labios e o teu olhar tinham sido tão transparentes, que era impossivel ter sido algo sem significado, mas a duvida iria continuar, ate aquele telefone tocar.
Voltei a sentar-me, e voltei a baloiçar novamente a perna, e aquela caneta, voltava a desenhar naquele papel já gasto pela minha prorpia ansiedade. Havia barulho, gentes como folhas para tras e para a frente, e eu ali quieto… Volta e meia atendia o telefone, falava com pessoas que me eram desconhecidas, desconcentrava-me, ao fixar o meu olhar no telefone que coloquei mesmo ali, á minha frente.
E foi ai que sorri, não queria dar a entender o quanto era importante para mim aquele momento, mas acho que não consegui, era nitido a felicidade estampada no meu rosto, era uma mensagem tua… e a partir dai acreditei…
Acreditei , e com o passar do tempo ainda acreditei mais, e agora acredito que podemos ser felizes, e hoje, esse olhar calmo, diz me que me amas. Então espero loucamente, que esse olhar não mude, porque é ele que me faz sorrir num silencio de sons transmitidos pelos sentimentos…
Obrigado