sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Simulações...

...acendo outro cigarro, e continuo a escrever. Como posso tornar-me tão repetitivo, se este acto que começa a irritar... então porque é que o faço, porque é que continuo a acender cigarros se este acto que começa a ser desconfortável.
...todas essas sensações são provocadas pela minha consciência, pelo facto que este acto é pensado,... porque na realidade quando fumo sem escrever, já não me irrita, talvez porque seja impensavel, pensar que o faço tendo consciêcia que o estou a fazer.
Tantos são os actos que são consciêntes mas ao mesmo tempo impensados...e a pergunta agora é...
Como tal é possivel?

O ambiente agora é outro, cenários diferentes, como se de uma peça teatral se trata-se, em que o pano de fundo muda, ou talvez não, dependendo da perspéctiva que olhamos para ele.
E quando me apercebo desta mistura, refugio-me em mim, e penso ser outro, não porque não goste do meu verdadeiro eu, apenas porque tenho outros, que precisam de se exprimir em mim.
Então porque simulo sensações, se esses mesmo, sou eu...
Porque fingo sentimentos tão reais que partem de mim para os outros?

(Penso...)

Na verdade sou um ser multifacetado, chego mesmo a acreditar neste simulacro de tristezas impostas por mim, nestas emoções, neste jogo, onde todos os jogadores "sou eu", e "apenas eu"...
A imensidão do céu questiona-me, Faz-me acreditar em tanta coisa, e é ai, que sou invadido por frustrações enormes da minha existência, frustrações essas que não me pertencem... e ai o meu mundo pára...
Sinto-me então só, sinto-me abandonado de mim mesmo, tenho a certeza de quem sou, mas não me lembro é como uma amnésia perfeita do meu ser.
Porque é que tudo o que fazemos é questionavel, porque é que temos de ser sempre julgados por actos que só a nós nos pertencem?
São esses olhares que me fazem ser outro a escrever...

Porque finjo ser outro para escrever, sentimentos ou pensamentos ficticios de um ser que não existe... apenas simula viver para escrever...

Ausência




Não quero apenas ser mais um neste mundo. Quero sorrir sem medo...
Lá fora a chova cai, e eu quieto, ao som da lenha a queimar na lareira feita de pedra, ouço uma musica que me acalma o espirito, e lá fora a trovoada não pára, fazendo flash´s de luz, que me entram pela janela, iluminando me a cara.
Calmo penso, em mim, e em tudo aquilo que a minha vida se tinha tornado até então.
Naquele tapete, e com uma manta colocada sobre as costas, olhando aquelas chamas acesas, todo o meu corpo aquecido, pelo calor da lareira, fazia-me sentir confortavel.
O rustico de todo o cenário era perfeito, senao fosse a tua ausência.
Foi então que reparei que tinha deixado de chover. Recostei-me para trás e adormeci,no calor daquela sala fria provocada pela tua ausência