terça-feira, 30 de outubro de 2007

Amando

Estou cansado de escrever.
estou apenas cansado.

Estou triste por nao te ter,
estou apenas desesperado

Estou frustado por viver
estou apenas á espera

Estou viciado em sofrer
estou apenas numa quimera

Estou visivelmente imundo
estou apenas caminhando

Estou á espera de dizer ao mundo
estou apenas amando

Nossa historia de amor

... queria viver um grande amor, mas chegava-me um amor grande. Daqueles com promesas e juras de amor eterno, capazes de fazer o mundo mudar, pelo menos o nosso mundo. Escrever em arvores, rasgando seus troncos com nossos nomes, escrever na areia o quanto amar é importante.
Queria simplesmente viver a intensidade, de amar incondicionalmente. Sofrer quando a alma gemea sofre, chorar quando chora, sorrir quando sorri...imaginei só.
Mera melancolia instalada em mim, por tudo o que sou e desejo ser...
Queria viver paixoes, verdadeiramente ardentes.
Mas no funco tenho te a ti, e isso faz de mim feliz, porque embora nao seja um grande amor, nem um amor grande, é o meu amor.
E com toda a intensidade que lhe dou, e que me entrego, faz da nossa historia, a mais bela historia de amor...pequena, grande intensa ou nao, simplesmente a nossa.

Báu...

Por portoes a dentro, encontro ausencias estranhas á minha presença. Era noite, e pouco se ouvia, apenas aquele silencio que tao fortemente me intimidou, provocando em mim um mau estar, que dorou pouco. Tudo era estranho ali, aquele arvorevo que engovia a vista da fachada principal da mansão, mas elas não podiam deter a minha vontade de entrar. Foi entao que comecei a entrar, pé ante pé, numa tentativa de alcançar visualmente a casa, mas ela tardava em mostrar-se.
Ouvi por detras de mim o portao de ferro, a fechar-se. Era um portão velho e frio, talvez pela noite, mas notava-se gasto pelo tempo. Assustei-me, mas não parei.
Todo aquele caminho de pedra contornado por um rodapé baixo, que dava acesso ás zonas germinadas da casa, faziam lembrar me um cenario de conto de fadas. Tentei olhar para o ceu, mas não consegui devido ás arvores, que se fechavam em arcada, fazendo um resguardo para a quem ali passava. Voltei a olhar em frente sem nunca para aquele passo ritmado, a que todo o cenario ostil me obrigava.
Senti, então um frio na espinha, quando finalmente avistei a fachada principal. Um misto de maravilha e medo. Que enormidade de casa, pensei eu...
Era uma casa velha e extremamente abandonada, como senao morasse la ninguem, e se calhar, até não morava...
Mas o meu objectivo era só um, entrar e trazer aquilo que alguem la tinha deixado e que eu queria para mim.
Com passos amedrontados, chegei até á porta, e bati.....nada.
Voltei a bater, e voltei a receber silencio como resposta.
Entao decidir ve verificar se estava aberta, mas não. O normal naquela situação.
Como iria entrar ali dentro...
eu teria de entrar, e eu sabia que ia conseguir, mas como?
Pensei então em contornar toda a casa, mas ela era enorme, e com todo aquele jardim, certamente me iria perder, e na situação em que estava, isso seria a ultima coisa a puder acontecer me.
Notei entao, que uma das janelas da frente, tinha um vidro partido. Coloquei meu braço e abri a fechadura da janela, que enferrujada pelo tempo teimava em nao abrir. Mas lá consegui, e entrei na mansão.
A lareira acessa, intrigou-me. Se não estava lá ninguem, como é que a lareira estava acessa, e porque?
Parei, estranhei, questionei-me, mas nao desisti do meu objectivo, e mesmo com medo de todo aquele cenario, eu iria encontrar o que andava á procura.
Precorri toda a sala com olhar atento naquela lareira, que teimosamente ardia. Sabia que o que andava á procura estava no sotão, e que iria levar algum tempo ate o encontrar, mas mesmo isso nao me deteve.
Foi então que uma escadaria enorme e extremamente larga, se colocou á minha frente. Havia luzes de candeiros acessos, cadeiros esses sujos pelo tempo. A luz era pouco, mas o suficiente para avistar todo aquele compartimento da mansão.
Devagar subi as escadarias, colocando os meus pés, no tapete em tons de vinho, que percurria todas escadas até ao seu termino. Ao chegar, reparei num corredor, tambem ele cumprido e largo, com portas de madeira em todo o seu percurso. Portas fechadas, ao qual nao ousei abrir, pos tinha a certeza de que o que queria nao esta ali, mas sim, naquela porta branca e limpa, mesmo ao fundo do corredor. Essa nao estava fechada, mas sim entreaberta, e eu não esperava outra coisa. Abri lentamente, outras escadas, estas bem mais pequenas que as anteriores. Subi...
Havia pó por tudo o lado, quadros, retratos, brinquedos e até um diario, ao qual nao ousei abrir.
Foi ai que vi diante dos meus olhos o que procurava, devagar corri ate ele, era um báu... Mas nao era um báu como os outros, ali dentro estava o que eu mais queria na vida, o que de mais valioso para havia. Tive medo que estivesse trancado, e esperei algum tempo até ter coragem de tentar abri-lo. Se estivesse fechado, seria como um punhal no meu coração, e temi que realmente a desilução me bate-se á porta. Mas eu teria de saber, e foi ai, num impulso destemido que peguei e abri... estava aberto. Meu olhar iluminou-se e brilhou ao ver ali, o que tanto queria...
Tinha conseguido chegar até ele.
Coloquei entao as minhas mãos por dentro do báu, e peguei...
Eu já sabia que era bonito, mas nunca pensei que fosse tanto.
E foi ai, num choro de felicidade que retirei o teu coração, que um dia alguem la tinha deixado.
Guardei-o para mim, e agora amo-o, como nunca amei ninguem...

Todos diferentes, todos iguais...




Não sou ninguém, sou apenas eu, que como eu, me deixo levar pelos vossos "eus", sem me questionar se é isso mesmo que quero. No entanto, percurro caminhos escuros de extrema insatisfação, apenas para vos fazer sorrir.
Estranhas formas de viver, presas, capturadas e rebostacas pela ausencia de nós.
Quero apenas viver...
Tão simples como a propria palavra. Olhar fortemente ao espelho sem vergonha de mim, sem vergonha de vós, que com nossas vontades, afogamos tudo e todos em momentos de pura ficção, um sub-realismo vidrado no horizonte de todos os que respiram, tendo consciencia que o fazem.
Gritos de condulência, ouvidos do meio da imensidao silenciosa, que se sufoca, em olhares discriminatorios, esquencendo que todos somos pessoas.
Quem nos move tais conciências leves e falsas, de preconceitos imundos que nos afastam uns dos outros como se tratase de seres nojentos, seres que como nós, sentem e sofrem.
Cor, sexo, religiao e por ai fora, sao meros adjectivos, que nos rotulam tão fortemente, para uma sociedade mundana, triste e feia.
Pecados puros, impostos, sem condenacao pelos proprios, com olhares de choro, para um horizonte melhor... e é por isso que vos digo.
todos diferentes,
todos iguais...