quinta-feira, 16 de abril de 2009

Monólogo de um doido

Estava ali fechado naquele quarto. Olhava as paredes nuas de quaisquer decorações, havia silêncio no ar. Sentei-me...
Queria fumar, mas não tinha cigarros. Acendi uma beata daquele cinzeiro sujo, Senti-me tão sujo como ele naquele acto miserável. Quem era eu, que com toda a minha historia, vivia ali, naquele cenário tristonho, nojento.
Gritei…
Voltei a gritar…
Por fim não quis mais aquele desabafo em tom animalesco de desespero, afinal gritar não me levava a lado nenhum… mas aliviava o peso dentro de mim por saber quem era, quem fui e no que me tornei.
Bateram há porta. Corri para abrir…. Não estava lá ninguém, voltei a fechar. Teriam mesmo batido…não sei, talvez. Se calhar ate não tinham batido. Imaginei.
Queimei os dedos da beata que tinha acendido, e nem sequer tinha reparado que nem um bafo tinha dado naquela merda. Voltei ao cinzeiro e acendi outra ainda mais pequena.
Miséria… pensei eu.
Pensei naquela mesma altura na minha condição enquanto ser humano. Chorei por reparar que estava ali sozinho, eu comigo mesmo.
Afinal o que estava eu a fazer ali, naquele quarto… aquele quarto fechado por mim mesmo.
Tinha medo que me viessem buscar. Sim tinha medo…. Sabe-se lá para onde é que me queriam levar aqueles…
Quem? Aqueles…
Aqueles que um dia eu vi. Não sei bem onde mas vi… talvez na minha mente, talvez…
Não interessa onde, interessa que tenho medo… eu sinto. Sinto medo. Do que? … não sei, mas sinto.
Sei que não consigo apenas dizer por dizer. Sou inteligente, a serio que sou.
Xiuuu…. Espera.
Estavas a ouvir o mesmo que eu?
São eles, e agora. Onde me vou esconder?...ah, já sei, aqui. Aqui eles não vão dar comigo, a porta esta fechada, e aqui no quarto eles não vão puder entrar…
Merda…
Afinal o que é isto que esta a acontecer-me?... já não sei nada de nada.
Espera, não te vás embora em preciso de ti aqui, aqui.
Não, fica… prometo que não digo mais nada

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Conversa do prazer


-sinto saudades de sentir...
-Como assim, não consigo perceber?
-é normal, dizes sempre o mesmo, nunca percebes, nunca entendes. A vida nem sempre é conjunto pré-definido daquilo que somos, mas sim conjuto de sentimentos.
-sim já sei, dizes sempre o mesmo. Mas afinal o que é que se passa? O que tens?
-Nada

(silencio)

-Estas a pensar no que?
-Em nada
- claro, então não percebo tudo isto, senao tens nada porque esta atitude e este silencio agora?
-Não sei o que te dizer... se é que ainda existe algo para dizer ou fazer.
- O que queres dizer com isso?
- Nada de especial, apenas pensei alto.
- Ultimamente andas sempre assim, já não sei o que fazer.
- Beija-me
- Desculpa, primeiro fazes isto tudo, e depois é assim, beija-me.
- Beija-me
-Importaste de primeiro me dizer o que se passa contigo.
- Tenho de te pedir novamente, beija-me merda.
- mas...
-Mas nada, limita-te a fazer me sentir. Chega aqui...

Foi ai que encostei o ouvido na orelha e dize baixinho
- Fode-me

Deitei um sopro quente sobre o seu pescoço, passei a lingua sauve e molhada pelo peito. Rasguei a roupa. Não se ouvia nada. Apenas a a respiração de ambos, uma respiração quente, humida e cheia de tesão.

-Amo-te muito, sabias..
- Cala-te, isso agora nao importa.

voltei a dizer num tom mais agressivo
-fode-me

Notei alguma estranhesa na resposta que lhe tinha dado, mas nem liguei, o que queria naquele momento era simplesmente foder.

senti os corpos cada vez mais quentes, senti suores, desejos.
os beijos eram cada vez mais intensos, maiores, com percursos corporais extensos.
As linguas percorriam a pele, a mais escodida pele.
Soltaram-se gemidos, barulhos, vibrações.
era a carne a falar por si.
já sem roupa, deite-me na cama, e continuava a sentir aquela lingua pelo meu mais intimo corpo.
Agarrei-te. te gemeste de prazer e fizeste-me gemer tambem.

- Fode-me...