sábado, 3 de julho de 2010

sorri

Sorri, e fiquei ali no silencio do meu sorriso, pensado naquilo que a vida é, foi e será....
Senti derrepente um tremulo sobro de mim mesmo saido da alma que em tempos me pertenceu.
Sou eu , pensei.
e era mesmo. pois que por breves momentos tentei nao seri, para nao ver a realidade que me acolhia no momento.
voltei a sorrir e pensei, que merda de vida é esta que me faz sorri mesmo nao querendo. mas vou sempre sorrir, sorrir até não conseguir mais, nao poder mais, nao querer mais, pois no dia em que isso acontecer... estarei morto, vivendo dentro do meu proprio corpo que me prende em sombrios pensamentos de morte.
mas mesmo assim vou sorrindo, porque só assim sou feliz...

sábado, 16 de janeiro de 2010

Há muito ouvi dizer que ser feliz
é viver aquilo que nos pertence

sentindo o doce amargo viver
correndo para ser feliz

aceitando aquilo que nos é alheio
porque estamos vivos, vivendo

olhamos há volta e vemos, nada
nada daquilo que queremos ver ou sentir
como posso tornar-me crente
naquilo que sei nao existir
nas gotas doces do mar
no calor de um cubo de gelo
como posso eu acreditar?
num clarão nocturno
ou ate mesmo num eclipse da terra

mas vou fingindo acreditar
que tais são como realidades minhas
realidades que nao vejo
que nao sinto
vou acreditando naquilo que sei
sabendo nao fingindo
que sei nao serem posiveis

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Elogio ao Amor

Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.· O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.

by www.lies-from-azna.blogspot.com

terça-feira, 23 de junho de 2009

simulação

Sinto um revolta enorme no peito, num peso indescritivelmente pesado. Não me sinto bem comigo nem com o mundo. Nada nem ninguém me satisfaz. O que faço não tem sentido, e nem os meus sentidos fazem nexo. Sinto-me perdido, deprimido, sozinho, angustiado e infeliz. Apetece-me chorar, fugir, ate mesmo morrer.

Não tenho explicação nenhuma para o meu estado de espírito. Talvez ate tenha, mas não é aceite aos meus olhos, nem aos olhos de quem tento desesperadamente abrir o meu coração. Sinto que ando perdido neste mundo que em nada me satisfaz.

Olho e ando pelas ruas, e por dentro sinto-me a deambular como um vagabundo, não tenho sentido nenhum enquanto os meus caminham uns á frente do outro. Sei que ninguém me compreende. Talvez necessite de ajuda medica, e não tenho vergonha de o dizer, mas também sinto que preciso de atenção, alguém que fale comigo, que tenha tempo para mim. Alguém que tenha um gesto de carinho sem eu o pedir, alguém que demonstre verdadeiramente o que sente por mim, alguém que me ligue e que me pergunte se estou bem, porque realmente se interessa com isso. Preciso de alguém no verdadeiro sentido da palavra, que se preocupe, que demonstre essa mesma preocupação, que chegue ate mim, que sinta e demonstre que quer estar comigo e não faça porque eu pedi. Quero ser amado sem pedir, quero sentir amor voluntario, quero apenas sentir-me bem comigo e com aquilo que me rodeia.

OS meus pensamentos são escuros, as minhas ideias em vão. Sou um mendigo de amor, que pede e não devia, que recebe querendo mas da forma errada, sem sentido, sem a essência do verdadeiro sentimento.

Sou uma neblina sombria, que viagem se sitio para sitio. Que se coloca em frente dos olhos, mesmo sabendo que esses olhos não a querem ver. Sou apenas um, no meio de muitos milhões, que grita desesperadamente por uma libertação de estados de espírito deprimentes.

Vou acreditando em mim, e apenas em mim, porque acredito em vão que consigo continuar em frente com este peso. Guardo para mim tudo o que de mau acontece. Todas as palavras a mim dirigidas. Todos os actos destrutivos que tem. Guardo tudo, simplesmente tudo neste coração que teima em bater. Melhor era se parasse…

Melhor seria se fosse capaz de viver sem amor, viver apenas só, com todos os meus “eus”, com todas as minhas certezas e ideias estúpidas e não fundamentadas. Chego mesmo a acreditar que tudo isto não passa de um fantasia mental da minha parte, uma crença de crer que tudo corra mal.

Para todos os efeitos, sinto-me sal, aparentemente forte, mas que se desfaz com uma simples gota de agua. Desfaz-se como eu, desfaz-se como todas as minhas motivações, desfaz-se como todas as minha crenças, desfaz-se como todas as minhas ideias, desfazendo assim a minha simples vontade de viver…

o vento do meu eu

Vento, que em movimento

Fica imune ao sentimento

Alheio fico em consciência

Pela plenitude do que sinto

Grito vivendo com sede de o fazer

No meu ser

Apenas vejo a falta dessa estabilidade

Que nem mesmo o vento oferece

E parece

Que tudo na vida se desvanece

Num ápice de inconsciência humana

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Realidade do meu ser

A vida é estranha!!!!

Num acto súbdito de inspiração, finjo ser um génio.

No mesmo instante,

sou invadido pela estranha sensação de solidão

e finjo ser infeliz.

Sou…

Será que sim, será que sou mesmo um génio

Ou será que um infeliz.

Se calhar serei um génio infeliz.

Infeliz não sou, génio também não…

Então o que sou,

Serei certamente algo,

Talvez um leigo, ou um feliz

Um feliz leigo.

O que serei afinal

Um génio infeliz

Ou um leigo feliz.

Talvez fosse melhor não ser.

Nada ou ninguém,

Ate porque ser uma coisa ou outra

É fingir a realidade de ser.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Nasci, nao sei porque


Eu nasci,
nao sei porque...
vivo, sabendo que não o faço.
sei que a vida nao me escolheu
de certo que desfaço
a perda de mim proprio.
disparo raiva
neste mar solto
de onde vem desconsolo
por não te achar nem perder.
aquela vela acessa
ainda acessa,
vivo em mim vivendo
aquilo que hoje sei,
sabendo disfarçado de vento.
vivo, entao vivendo
tão estranhamente o faço
que por este lapso escrito
revejo a viva que me deram
e eu,
sem saber para quê...

Sombras

As sombras dos poetas mortos,

Transportam-me para um infinito estranho

Para um paralelismo invulgar entre mim e o mundo.

São essas mesmas sombras que fazem mim um ser crente

Acreditando que tudo nesta vida é só, como eu…

Talvez um dia,

quando essas ideias de ser como essas sombras desapareceram

talvez seja feliz, ou pense sê-lo.

Neste momento aquilo que quero,

É estar aqui. Quieto

Em mim

Talvez sonhar

Apenas viver

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Monólogo de um doido

Estava ali fechado naquele quarto. Olhava as paredes nuas de quaisquer decorações, havia silêncio no ar. Sentei-me...
Queria fumar, mas não tinha cigarros. Acendi uma beata daquele cinzeiro sujo, Senti-me tão sujo como ele naquele acto miserável. Quem era eu, que com toda a minha historia, vivia ali, naquele cenário tristonho, nojento.
Gritei…
Voltei a gritar…
Por fim não quis mais aquele desabafo em tom animalesco de desespero, afinal gritar não me levava a lado nenhum… mas aliviava o peso dentro de mim por saber quem era, quem fui e no que me tornei.
Bateram há porta. Corri para abrir…. Não estava lá ninguém, voltei a fechar. Teriam mesmo batido…não sei, talvez. Se calhar ate não tinham batido. Imaginei.
Queimei os dedos da beata que tinha acendido, e nem sequer tinha reparado que nem um bafo tinha dado naquela merda. Voltei ao cinzeiro e acendi outra ainda mais pequena.
Miséria… pensei eu.
Pensei naquela mesma altura na minha condição enquanto ser humano. Chorei por reparar que estava ali sozinho, eu comigo mesmo.
Afinal o que estava eu a fazer ali, naquele quarto… aquele quarto fechado por mim mesmo.
Tinha medo que me viessem buscar. Sim tinha medo…. Sabe-se lá para onde é que me queriam levar aqueles…
Quem? Aqueles…
Aqueles que um dia eu vi. Não sei bem onde mas vi… talvez na minha mente, talvez…
Não interessa onde, interessa que tenho medo… eu sinto. Sinto medo. Do que? … não sei, mas sinto.
Sei que não consigo apenas dizer por dizer. Sou inteligente, a serio que sou.
Xiuuu…. Espera.
Estavas a ouvir o mesmo que eu?
São eles, e agora. Onde me vou esconder?...ah, já sei, aqui. Aqui eles não vão dar comigo, a porta esta fechada, e aqui no quarto eles não vão puder entrar…
Merda…
Afinal o que é isto que esta a acontecer-me?... já não sei nada de nada.
Espera, não te vás embora em preciso de ti aqui, aqui.
Não, fica… prometo que não digo mais nada