terça-feira, 23 de junho de 2009

simulação

Sinto um revolta enorme no peito, num peso indescritivelmente pesado. Não me sinto bem comigo nem com o mundo. Nada nem ninguém me satisfaz. O que faço não tem sentido, e nem os meus sentidos fazem nexo. Sinto-me perdido, deprimido, sozinho, angustiado e infeliz. Apetece-me chorar, fugir, ate mesmo morrer.

Não tenho explicação nenhuma para o meu estado de espírito. Talvez ate tenha, mas não é aceite aos meus olhos, nem aos olhos de quem tento desesperadamente abrir o meu coração. Sinto que ando perdido neste mundo que em nada me satisfaz.

Olho e ando pelas ruas, e por dentro sinto-me a deambular como um vagabundo, não tenho sentido nenhum enquanto os meus caminham uns á frente do outro. Sei que ninguém me compreende. Talvez necessite de ajuda medica, e não tenho vergonha de o dizer, mas também sinto que preciso de atenção, alguém que fale comigo, que tenha tempo para mim. Alguém que tenha um gesto de carinho sem eu o pedir, alguém que demonstre verdadeiramente o que sente por mim, alguém que me ligue e que me pergunte se estou bem, porque realmente se interessa com isso. Preciso de alguém no verdadeiro sentido da palavra, que se preocupe, que demonstre essa mesma preocupação, que chegue ate mim, que sinta e demonstre que quer estar comigo e não faça porque eu pedi. Quero ser amado sem pedir, quero sentir amor voluntario, quero apenas sentir-me bem comigo e com aquilo que me rodeia.

OS meus pensamentos são escuros, as minhas ideias em vão. Sou um mendigo de amor, que pede e não devia, que recebe querendo mas da forma errada, sem sentido, sem a essência do verdadeiro sentimento.

Sou uma neblina sombria, que viagem se sitio para sitio. Que se coloca em frente dos olhos, mesmo sabendo que esses olhos não a querem ver. Sou apenas um, no meio de muitos milhões, que grita desesperadamente por uma libertação de estados de espírito deprimentes.

Vou acreditando em mim, e apenas em mim, porque acredito em vão que consigo continuar em frente com este peso. Guardo para mim tudo o que de mau acontece. Todas as palavras a mim dirigidas. Todos os actos destrutivos que tem. Guardo tudo, simplesmente tudo neste coração que teima em bater. Melhor era se parasse…

Melhor seria se fosse capaz de viver sem amor, viver apenas só, com todos os meus “eus”, com todas as minhas certezas e ideias estúpidas e não fundamentadas. Chego mesmo a acreditar que tudo isto não passa de um fantasia mental da minha parte, uma crença de crer que tudo corra mal.

Para todos os efeitos, sinto-me sal, aparentemente forte, mas que se desfaz com uma simples gota de agua. Desfaz-se como eu, desfaz-se como todas as minhas motivações, desfaz-se como todas as minha crenças, desfaz-se como todas as minhas ideias, desfazendo assim a minha simples vontade de viver…

Sem comentários: