quarta-feira, 16 de julho de 2008

Sou...



Sinto o vento no meu rosto, como uma leve sensação de liberdade, reflectindo aquilo que realmente nao sinto.
Escrevo apenas por paixão, e sentindo aquilo que escrevo ou não, fica dificil muitas vezes separar a realidade da ficção que me obrigo a escrever. Ouço o mar, mesmo não o vendo. Ridiculo, tentar escrever aquilo que não se sente, mas fico feliz em faze-lo. Já lhe chamei destino, mas não sei.
Sou falso, estupidamente falso, quando escrevo aquilo que não me pertence. Minto, falsei-o...
Por vezes escrevo sentindo, outras apenas sinto escrevendo, um misto, uma fantasia que saboreio devagar, como a vida.
... espreito almas, e vou rindo, porque não sei, mas o que é certo é que vou rindo.
Podia escrever uma historia, mas prefiro usar as palavras para me confundir a mim mesmo de todo este espectaculo de sensações estranhas, mas boas de sentir.
Acendo um cigarro...
nem sei bem porque é que o faço, apenas porque já é habito fumar enquanto escrevo. Sei que faz mal, mas tambem faz me mal escrever, e continuo a faze-lo, porque mesmo sabendo disso, sinto me bem em faze-lo.
não quero escrever que sou alguem, apenas quero ser alguem que escreve, e se sente feliz em escrever, mesmo que o sentimento que me leve a escrever seja de tristeza. De mim so me falta o fado, que estranha forma de viver. Quero...sei lá o que quero.
Não vou dizer que quero ser feliz, porque nem sequer sei se isso existe, ou se é ficcionado das nossas cabeças. Quero apenas ser eu, escrevendo o que sinto, ou finjo sentir.
Sou aquilo que quero ser, tendo vontade sou tudo, e até mesmo nada, se essa mesma vontade me falta. Sou o que procuro ser, investigando o meu intimo, sem nunca me ter pedido autorização para o fazer. De mim para mim, minto angustiosamente, de mim para mim, escondo-me com medo, de mim para mim, sou eu que apenas vejo que realmente me mostro em estados de solidão provocados por mim mesmo, ausente de alheios olhares, que me interrogam constantemente da minha estupida ixestencia ficcionada por tudo aquilo que me rodeia, sem colocarem intraves, desta medonha vida que nos leva para a frente daquilo que nós chamamos futuro.

Pergunta-me?


Queres saber quem sou, pergunta-me.
Nessa sequência, interrogo-me a mim proprio, sem obter respostas. Não estou triste nem feliz, ou melhor, não sou triste nem feliz, mas talvez seja a ponte que une esses estados de espirito.
Não queiras saber nada de mim, porque agora percebi que eu proprio não sei. Obtenho vivencias, sentimentos de desespero, de angustia, sei lá.
Sei que o meu escrever parece triste, eu direi que é apenas ausente, como que um fado cantado ao som de guitarras sofridas. tento em cada gesto, em cada palavra caracterizar-me, mesmo sabendo que nunca o vou conseguir, sou eu, e apenas isso.
Louco, tresloucado...
Sou sentimento esquecido, inquestionavelmente leve. Sou apenas mais um, entre muitos.
Gostava de ser diferente, de fugir desta vontade de escrever, de viver sentimentos, que intencionalmente e vergonhosamente vou sentindo, não querendo.
Mas parece ternura, quando me deixo levar pela angustia de sentir. Ouço dentro de mim, a minha propria voz, aclamando por um ser diferente.
Mas para que é que queres saber quem sou?
Choro, por dentro, tenho vergonha por fora. Sou ponte de mim para mim, sou sujo, porque assim tu fizeste.
Esse ezecravel ser que sou eu, não sou... é outro de mim, ou outros.
Ter a noção exacta de nós, quando nos olhamos ao espelho, é meramente fachada. Somos mais do que isso, sou mais do que aquilo que tu ves, ou o espelho me mostra. Sou sentimento flutuante, que não notas, que ninguem nota. Mas vivo, porque amo faze-lo, mesmo sem nunca me terem perguntado quem sou eu afinal...