quarta-feira, 16 de julho de 2008

Pergunta-me?


Queres saber quem sou, pergunta-me.
Nessa sequência, interrogo-me a mim proprio, sem obter respostas. Não estou triste nem feliz, ou melhor, não sou triste nem feliz, mas talvez seja a ponte que une esses estados de espirito.
Não queiras saber nada de mim, porque agora percebi que eu proprio não sei. Obtenho vivencias, sentimentos de desespero, de angustia, sei lá.
Sei que o meu escrever parece triste, eu direi que é apenas ausente, como que um fado cantado ao som de guitarras sofridas. tento em cada gesto, em cada palavra caracterizar-me, mesmo sabendo que nunca o vou conseguir, sou eu, e apenas isso.
Louco, tresloucado...
Sou sentimento esquecido, inquestionavelmente leve. Sou apenas mais um, entre muitos.
Gostava de ser diferente, de fugir desta vontade de escrever, de viver sentimentos, que intencionalmente e vergonhosamente vou sentindo, não querendo.
Mas parece ternura, quando me deixo levar pela angustia de sentir. Ouço dentro de mim, a minha propria voz, aclamando por um ser diferente.
Mas para que é que queres saber quem sou?
Choro, por dentro, tenho vergonha por fora. Sou ponte de mim para mim, sou sujo, porque assim tu fizeste.
Esse ezecravel ser que sou eu, não sou... é outro de mim, ou outros.
Ter a noção exacta de nós, quando nos olhamos ao espelho, é meramente fachada. Somos mais do que isso, sou mais do que aquilo que tu ves, ou o espelho me mostra. Sou sentimento flutuante, que não notas, que ninguem nota. Mas vivo, porque amo faze-lo, mesmo sem nunca me terem perguntado quem sou eu afinal...

1 comentário:

Anónimo disse...

Intencionalmente..... LINDO!
Revi-me nas tuas agridoces palavras, no teu reflexo ausentemente presente nelas, quando nos questionamos: Quem somos?
Com Amizade.... Orquidea Negra.