
A rapariga que podemos visualizar na fotografia, transporta-nos para um cenário artístico, uma espera ansiosa de que o pano se abra para inicializar uma dança poética. Sentada numa caixa de madeira invertida, no qual podemos ver letras, ao qual o significado nos é alheio. Pela maneira como esta sentada e da forma como apoia os braços e pés com a cabeça inclinada para baixo, mostra-nos uma preparação rebuscada de algo que provavelmente demorou algum tempo a ensaiar. Calcada com sapatinhas de seda, numa posição sobreposta, com focos de luz centrados na sua imagem, cria uma espectativa do que possivelmente ela fará quando se levantar. Esses mesmo focos que transportam a sua alma na tela branca colocada atrás, faz um retrato de um vulto, no qual podemos ver tons de cinza que espelham bem todo este conjunto de cores a preto e branco.
Com o seu cabelo castanho claro caído sobre seus joelhos, numas noances provocadas pelas luzes que vão na sua direcção, pode provocar em nós uma visão de moldura artística. E nesse chão coberto por ripas de madeira, esperamos que ela dance, numa junção de magia e realidade, em que o objectivo é só um, apenas brilhar.

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