
Esta noite apelou a minha escrita de uma forma tão brutal, que não questionei, e apenas limitei a escrever. Chove lá fora tao intensivamente como a minha vontade louca de escrever.
Colocei-me na janela, e pensei em tudo aquilo que vivi até hoje. Estranho, mas não me lembro de quase nada, uma amnesia perfeita do meu passado. Talvez um sinal quase metaforico para a exitencia do meu ser.
Saborei toda aquela agua que caia levemente no solo, nunca até então, tinha visto uma chuva tão calma e tranquila como aquela. Era doce olhar para todo aquele cenario, que rapidamente me transportou para o imaginario do meu intimio, tornando-me uma pessoa completamente maravilhada. Abri a janela do meu quarto e coloquei a mão fora, para sentir a agua tocar-me. Parecia algodão, uma estranha forma tristemente carinhosa, e bastante suave. Todo aquele toque, de suavidade extrema, fazia feliz, e trazia-me calma. Era estranho toda aquela sensação.
Voltei a colocar a minha mão para dentro, e reparei que estava seca, como se nunca a tivesse colocado lá fora, e como se aquela agua nao me tivesse tocado. Foi magico.
Apercebi-me então que nao tinha sido o meu corpo que colocára a mão la fora, pois visualisei-me deitado na minha cama. Foi ai que percebi tamanha sensação de tranquilidade e de ternura daquele cenario chuvoso. Tinha morrido, por isso é que a vontade de escrever foi maior que eu, e por isso é que toda aquela agua nao me molhára. Esta num corpo espiritual, começando ali um novo caminho para a luz, uma nova vida.

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