terça-feira, 13 de novembro de 2007

Beco sem saída...


Eram seis da manha e já estava preparado para um dia em cheio, estava convicto de para onde ia, e o que iria lá fazer.
Bom, mas primeiro deixem-me contar-vos um pouco da minha historia, e o porque daquilo que estava preparado para fazer.
Morei com os meus pais até aquele dia, em que a minha vida mudou. Os meus pais morreram, e até hoje nunca se soube bem ao certo o porque e como tudo aconteceu naquele dia.
Vivo com os meus avós desde então, e hoje completa dois anos desde o falecimento dos meus pais.
Decidi então eu mesmo tentar descobrir alguma coisa, e foi ai, que decidi ir para onde tudo aconteceu.
Sai de casa em direcção ao aeroporto. Ia apanha o avião para a tão famosa terra de cardiff. Cheguei ao aeroporto onde tomei o meu pequeno almoço, e de seguida fiz o check-in. Era cedo e fiquei ali sentado algum tempo á espera do voo.
Naquela espera decidi ir comprar algo para ler, e dirigi-me á papelaria, onde comprei o jornal do dia. Fiquei congelado ao ler a noticia da primeira pagina. Era impossivel pensei eu. Falava da morte misteriosa de duas pessoas num anfiteatro em cardiff, que por sinal essas mesmas pessoas eram os meus pais. Reparei então na data, 2 de novembro de 2006. Voltei para traz e disse ao senhor que se encontrava por detras do balcão, que se tinha enganado nos jornais que estava a vender, pois nós estavamos a 4 de março de 2007. Para meu total espanto, o senhor perguntou-me se estava bem e que não se tinha enganado em nada.
Louco pensei, no entanto sai com o jornal na mão e comecei a ler a noticia, ate que finalmente começaram a chamar as pessoas para o voo com destino a cardiff.
Entrei e sentei-me no meu lugar. Visualizei uma rapariga, que se dirigia para o meu lado e sentou-se. Inquietei-me com a sua presença. Era estranho mas tinha a certeza que ela ia para o mesmo sitio que eu, a mesma rua, a mesma casa.
Tive pena ao aperceber-me que tinha deixado o jornal no banco do aeroporto de portugal.
Foi ai, que mais uma vez me assustei, ao ver na revista que a rapariga que se tinha sentado ao meu lado, referia a data de 27 de abril de 2006. Mas o que se passava afinal, estaria eu a voltar para ao passado.... como é que tal era possivel.
Perguntei em tom de medo á minha companheira de banco, o porque de ela estar a ler uma revista tão antiga... e mais uma vez a resposta que ouvi, é que aquela revista era do dia, e não antiga como eu na minha mente tanto teimava.
Passadas quase duas horas de voo, lá cheguei eu ao meu destino, e antes de mais, queria passar por algum lado onde pudesse visualizar a data em que estavamos, e foi mais uma vez que no jornal do suposto dia, reparei chocadamente, que estamos a 6 de março de 2005, com a primeira pagina completa a falar da morte dos meus pais. Estava a dar em louco, aquele jornal falava dessa situação como se fosse á dois dias que ela tivesse acontecido. Como era possivel. Temi por toda a situação, e sem perceber muito bem todo aquele cenario, guardei o jornal, na minha mochila, e dirigi-me para um taxi.
Eu todo tremia naquele que parecia ser o mais longo percurso para a casa onde tinha vivido com os meus pais. Estava com medo, pois não sabia o que ia encontrar, e com todas aquelas trocas de datas e noticias, não sabia o que pensar.
Ai o meu mundo caiu, quando ao virar a esquina, vi a minha mãe a estender a roupa no quintal da casa. Nessa altura não pensei em mais nada, a não ser correr até ela e abraça-la. E foi o que fiz. Era inacreditavel o que me estava a acontecer. E nesse momento cai em mim, e perguntei-me como era possivel a minha mãe estar ali diante dos meus olhos. Num relampago, tirei o jornal que tinha comprado no areporto com a data de 6 de março de 2005, e fiquei petrificado ao ver que aquele mesmo jornal que nao tirei da minha mochila dizia, 4 de março de 2005.
Era definitivamente imposivel. Mas o que é certo é que a minha mãe estava diante dos meus olhos. Foi ai que percebi que tinha voltado ao passado, e sem saber explicar muito bem a situação parecia que a vida me estava a dar uma segunda oportunidade.
Fiquei contente e ao mesmo tempo pasmo, ao ouvir da boca da minha mãe que naquele dia o meu pai tinha oferecido os bilhetes para uma peça de teatro, onde supostamente os meus pais tinham morrido á dois anos atras.
Cabia-me a mim, fazer com que essa ida ao teatro não acontecesse.
mas como?
Estava num beco sem saida...

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