
Hoje não sei de ti, mas no entanto recordo-te todos os dias.
Não tinha ninguem, quando soube da tua vinda, e mesmo te desejando, sabia que nunca te iria poder dar aquilo que sempre desejei, mas mesmo assim, não consegui impedir a tua chegada.
No fundo sei que nunca me irias perdoar, se hojes soubesses toda a verdade, mas peço-te desculpa na mesma, na esperança que um dia me perdoes, mesmo sem nunca me conheceres.
Onde andas, e como estas?
Nada sei de ti, apenas recordo aquele rosto pequeno e puro.
Sei que não existe perdão para o que fiz, e nesta cama de hospital, arrependo-me de não ter tido coragem para mudar o rumo da minha vida, deixando-me levar pelo sabor do vento...
Não guardo odio de ninguem, e não culpo ninguem pela vida que tive, apenas a mim.
Tudo o que me resta é a certeza que o fim esta perto. Muitas são as vivencias que fizeram de mim este bicho, e este ser tão despresivel. Não quero relatar a minha vida neste bilhete que te mando, e tambem não quero que tentes perceber o porque e como tudo aconteceu. Quero apenas o teu perdão, para que possa descansar em paz. Tenho vergonha do que sou e do que fiz, mas orgulho-me por te ter tido, e mesmo não te criando, sei que um dia fui mãe.
Amei-te como ainda te amo hoje, não fui digna de ti,nem nunca fui digna do maravilhoso milagre da vida.
Com estas minhas ultimas palavras, quero que saibas, estejas onde estiveres, que um dia fui tua mãe, e que hoje guardo dentro de mim a saudade por nunca mais te ter visto.
Adeus meu querido filho.

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